5 de mar. de 2011

Eu sei, mas não devia . . .

Eu sei que a gente se acostuma. Mas não devia.
A gente se acostuma a morar em apartamento de fundos
e a não ter outra vista que não seja as janelas ao redor.

E porque não tem vista, logo se acostuma a não olhar para fora.
E porque não olha para fora logo se acostuma a não abrir de todo as cortinas.
E porque não abre as cortinas logo se acostuma acender mais cedo a luz.
E a medida que se acostuma, esquece o sol, esquece o ar, esquece a amplidão.

A gente se acostuma a acordar de manhã sobressaltado porque está na hora.
A tomar café correndo porque está atrasado.
A ler jornal no ônibus porque não pode perder tempo da viagem.
A comer sanduíche porque não dá pra almoçar.
A sair do trabalho porque já é noite.
A cochilar no ônibus porque está cansado.
A deitar cedo e dormir pesado sem ter vivido o dia.

A gente se acostuma a abrir o jornal e a ler sobre a guerra.
E aceitando a guerra, aceita os mortos e que haja número para os mortos.
E aceitando os números aceita não acreditar nas negociações de paz,
aceita ler todo dia da guerra, dos números, da longa duração.

A gente se acostuma a esperar o dia inteiro e ouvir no telefone: hoje não posso ir.
A sorrir para as pessoas sem receber um sorriso de volta.
A ser ignorado quando precisava tanto ser visto.
A gente se acostuma a pagar por tudo o que deseja e o de que necessita.
A lutar para ganhar o dinheiro com que pagar.

E a ganhar menos do que precisa.
E a fazer filas para pagar.
E a pagar mais do que as coisas valem.
E a saber que cada vez pagará mais.
E a procurar mais trabalho, para ganhar mais dinheiro, para ter com que pagar nas filas que se cobra.

A gente se acostuma a andar na rua e a ver cartazes.
A abrir as revistas e a ver anúncios.
A ligar a televisão e a ver comerciais.
A ir ao cinema e engolir publicidade.
A ser instigado, conduzido, desnorteado, lançado na infindável catarata dos produtos.
A gente se acostuma à poluição.

As salas fechadas de ar condicionado e cheiro de cigarro.
A luz artificial de ligeiro tremor.
Ao choque que os olhos levam na luz natural.
Às bactérias da água potável.
A contaminação da água do mar.
A lenta morte dos rios.

Se acostuma a não ouvir o passarinho, a não ter galo de madrugada, a temer a hidrofobia dos cães,
a não colher fruta no pé, a não ter sequer uma planta.
A gente se acostuma a coisas demais para não sofrer.

Em doses pequenas, tentando não perceber, vai se afastando uma dor aqui,
um ressentimento ali, uma revolta acolá.
Se o cinema está cheio a gente senta na primeira fila e torce um pouco o pescoço.
Se a praia está contaminada a gente só molha os pés e sua no resto do corpo.

Se o trabalho está duro, a gente se consola pensando no fim de semana.
E se no fim de semana não há muito o que fazer a gente vai dormir cedo
e ainda fica satisfeito porque tem sempre sono atrasado.

A gente se acostuma para não se ralar na aspereza, para preservar a pele.
Se acostuma para evitar feridas, sangramentos, para esquivar-se
da faca e da baioneta, para poupar o peito.
A gente se acostuma para poupar a vida que aos poucos se gasta e, que gasta,
de tanto acostumar, se perde de si mesma.

Marina Colasanti

21 de fev. de 2011

“ Os Três Sintomas da Morte dos Sonhos ”

 

“  “ O primeiro sintoma de que estamos matando nossos sonhos é a falta de tempo. As pessoas mais ocupadas que conheci na minha vida sempre tinham tempo para tudo. As que nada faziam estavam sempre cansadas, não davam conta do pouco trabalho que precisavam realizar, e se queixavam de que o dia era curto demais: na verdade, elas tinham medo de combater o Bom Combate.”

“O segundo sintoma da morte de nossos sonhos são nossas certezas. Porque não queremos aceitar a vida como uma grande aventura a ser vivida, passamos a nos julgar sábios, justos e corretos no pouco que pedimos da existência. Olhamos para além das muralhas do nosso dia-dia, ouvimos o ruído de lanças que se quebram, o cheiro de suor e de pólvora, as grandes quedas e os olhares sedentos de conquista dos guerreiros. Mas nunca percebemos a alegria, a imensa Alegria que está no coração de quem está lutando, porque para estes não importa nem a vitória nem a derrota, importa apenas combater o Bom Combate.”

“Finalmente, o terceiro sintoma da morte de nossos sonhos é a Paz. A vida passa a ser uma tarde de Domingo, sem nos pedir grandes coisas, e sem exigir mais do que queremos dar. Achamos então que estamos maduros, deixamos de lado as fantasias da infância, e conseguimos nossa realização pessoal e profissional. Mas na verdade, no íntimo de nosso coração, sabemos que o que aconteceu foi que renunciamos à luta por nossos sonhos, a combater o Bom Combate.”

“Quando renunciamos aos nossos sonhos e encontramos a paz, temos um pequeno período de tranquilidade. Mas os sonhos mortos começam a apodrecer dentro de nós, e infestar todo o ambiente em que vivemos.”

“Começamos a nos tornar cruéis com aqueles que nos cercam, e finalmente passamos a dirigir esta crueldade contra nós mesmos. Surgem as doenças e as psicoses. O que queríamos evitar no combate – a decepção e a derrota – passa a ser o único legado de nossa covardia. E um belo dia, os sonhos mortos e apodrecidos tornam o ar difícil de respirar e passamos a desejar a morte, que nos livra de nossas certezas, de nossas ocupações, e daquela terrível paz das tardes de domingo.”

Quando li isso, me vieram várias coisas na mente, uma delas: estou indo atrás do que eu realmente desejo? Eu só espero que eu me decida logo o que eu quero, então irei atrás disso.
Esse texto foi tirado do blog do Paulo Coelho, o admiro muito, só não entendi se o texto é do Paulo Coelho ou de Petrus, seu guia no Caminho de Santiago s:

28 de jun. de 2009

Primeiro post.



*O* Primeiro post
Beeeeeem,vou começar o post falando de algo importante para mim:amigos!
Eu agradeço muito a Deus por ter os conhecido.
Quando estou mal, são eles que me ajudam a superar a tristeza e sempre me alegram novamente :D,ou quando levei uma mordida de um gato de rua e fui para a escola G.G,que eu não queria ir para a enfermaria pois a professora me falou que eu teria que tomar 23 injeções,eu fiquei apavorada,e ninguém conseguia me convencer a ir,então me levaram obrigada mesmo :),e quando vii na sala de espera estavam eles lá,no final até que deu tudo certo;quando eu estou triste e ficam me falando besteiras,eu sempre rio,e acabo ficando bem,só em ver as pessoas que estão ao meu lado.
Mas é bem melhor quando eu estou bem =D,quando fico bêbada,mesmo sem beber,ou melhor,bebendo Guaravita G.G,que fico rindo à toa e falando merdaas,e alguém fala que eu cheirei látex /),mas nem ligo muito,eles são mais cheiradores que eu /),tem também quando ficamos inventando apelidos estranhos para algumas pessoas e ainda falando que elas têm cara daqueles apelidos...G.G,ou planejando o futuro,ou melhor,CONTANDO sobre o futuro,me ajudando a fazer a planta da minha futura casa,arranjando nomes para o filho,falando que time ele será e o que fará G.G,vendo vestidos de noivas,mas só por olhar mesmo,pois não vou casar,eu acho..E também a melhor hora do dia:a hora do pãozinho.Que sentamos na 'descidinha' e ficamos lá falando sobre a vida..ou às vezes falando sobre nada com nada,não gosto muito de lá,prefiro os bancos perto da rampa,pois dá pra ver melhor o belo movimento,e que belo movimento ;9
É bom saber que sou rodeada por pessoas tão maravilhosas.
Tem também meus amigos do fake,sempre achei loucura esse negócio de amizade na internet,pessoas que eu nunca vi e nem conheço em off,mas só experimentando para ver que isso,realmente,existe.Fiz muitas amizades no fake,que apesar de ser no fake,as amizades não deixaram de ser verdadeiras.Pessoas que me apoiaram muito quando eu tava pra baixo também,e me dão conselhos tanto On,quanto Off;ou ficamos falando coisas inúteis,hehe,ou até mesmo coisas úteis.Muitos já me ajudaram várias vezes com os trabalhos escolares G.G
Enfim,eu amo os meus amigos,e sinceramente,não sei qual é a graça da vida sem eles.*-*
Lembrando que qualquer semelhança não é mera coincidência !